quinta-feira, 1 de julho de 2010

Regresso

Será que somos capazes de corrigir erros? Será que vale a pena voltar atrás? Um homem é o que é a sua vida. Se um homem não modifica nada dentro de si mesmo, se não transforma radicalmente a sua vida, se não trabalha sobre si mesmo, está perdendo seu tempo miseravelmente.

O regresso ao ínitmo de nós mesmos é a possibilidade de rever nossos conceitos e de corrigir os erros, aceitando a realidade em que estamos vivendo. Sem aceitar nossa realidade não seremos capazes de corrigi-la. Regressar a si mesmo, voltar ao estado original e tentar recontruir tudo aquilo esquecido e desprezado com o passar do tempo. Aceitar que perdeu valores inestimáveis, que antes faziam parte do seu quotidiano e eram sua fonte de inspiração, e se tornaram esquecidos, e trocados pela ganância a bens materiais, onde o um falso conforto e uma falsa aparência levaram à uma falsa realidade, cheia de vícios e individualismo, onde as pessoas se anulam e prol do "ter", se esquecendo de "ser" algo!

E assim, colocamos novas prioridades sobre novas prioridades além de nós mesmos e de tudo aquilo de bom e verdadeiro que construímos, nos anulando, e fazendo com que nossos reais sonhos e valores sejam enfim esquecidos. Apesar de tudo nessa vida ser passageiro, há coisas que não são esquecidas, memórias gravadas no nosso ser que são como marcas e cicatrizes, difíceis de serem apagadas, que nos levam a pensar: quem sou eu? Ou quem fui eu? Ou o que fiz?

Mas para tudo há solução, podemos regressar, um dia, ao íntimo de nós mesmos... seja esse regresso pela dor ou pelo amor! Assim encararemos uma constante e árdua luta diária, regada com perdão, primeiro a si mesmo e depois aos outros a quem ferimos; regada com verdade, porque não podemos enganar a nós mesmos e nem aos outros; regada com justiça, porque não queremos que as pessoas sejam injustas conosco; regada com lealdade, fidelidade e honra. Tudo isso, valores presentes que consistem na maior beleza do ser humano: SER HUMANO!Encerro com o poema "Regresso" de André Henry Gris:

"Regresso das brumas
De cimento,
Que drenaram as palavras
Do seu Sentimento

Regresso pelas palavras
Que outro tempo abandonei
Quando por mares tempestuosos
Naveguei.

Regresso por ti,
Pelos poemas lidos a uma só voz
Que nós...
Em tempos lemos.

Ergo esse nevoeiro
E recordo o primeiro
Beijo... escrito
Num poema invicto,
Que ainda hoje triunfa.

Regresso... quando já pensava
Esquecido... perdido
Numa folha vazia que não terminava
E eu morria mudo... surdo
Sem nunca poder preencher.
Sem nunca mais poder ser preenchido.

Acordo,
Sem mais palavras...
Regresso...
De onde nunca deveria ter partido."

Fredd Fonseca


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